20 novembro, 2016

hoje não

Hoje não escrevo.
As palavras assombram-me, em gemidos tristes, 
por estas noites.
Receio a sua morte súbita, caladas no silencio da penumbra. 
Uma morte vencida pelo cansaço da cura. 
Hoje não. Não escrevo.
São palavras mortas, estas que se esvaem, doentes da espera.
Queria abraçá-las de novo sadias, 
contagiadas de loucura e ousadia.
Queria-as em vida! 
Que acordassem da letargia, com que adormecem.
Rompessem a dormência, que apaziguam 
os dias.